terça-feira, 28 de julho de 2015

Lua



Este sentimento vago que a lua trás incógnita no ar,

imagens ao relento na negritude infinita vinda e finda

a te contemplar.

some entre as nuvens, no breu que é chuva e cai

a lamentar.

e volta luar, clareando o céu

a renovar.



Danielle Ronald de Carvalho


sábado, 16 de maio de 2015



Aurora


-Fostes embora aurora.

-Foras cedo, sem hora.

Agora, este pedaço que me falta,

persiste em te lembrar.

Abrandar as pedras que deixastes no caminho,

onde pisei em falso.


Danielle Ronald de Carvalho






Angústia

Um sopro de vento frio,
ousou me abraçar nesta noite cálida.
Onde o silêncio insistia em me desorientar.
Vazios ecoavam neste corpo já calejado.
Lágrimas formavam poças que refletiam a consternação,
estampada na face.
A fuga de mim já não funcionava nas entrelinhas,dos corredores da casa.
Sem saída ouvia o grito calado do corpo acuado,
sem chão.
As paredes do apartamento formavam um vácuo sufocante,
que se remexia no peito dilacerado.

Eu estava enforcada até a aurora porvir.


Danielle Ronald de Carvalho





domingo, 10 de maio de 2015

Deu a mão e disse: -vamos!,
-Somos feitos deste amor pretérito.
-Somos cúmplices do amor eterno.
-não há o que temer: Pule!
-Somos uno com o universo.
-Velo pelo teu olhar sincero.
-Juro o meu amor eterno.
Até quando a eternidade deixar.
Até o destino começar a caçoar ,
de nós e de todos nós medíocres,

aprendizes de amar.

Danielle Ronald de Carvalho

sexta-feira, 24 de abril de 2015



Homo-Primata


Como es descartável ser humano,

és validado por um fulano, que diz ser mano,

mas estima o ganho.

Es útil enquanto serves, por pouco prescreves.

Es tão frágil que apodrece,

assim com' os vermes.

Menos valia, es tu, homo primata mercantil.

Cumpre o seu dever civil

e torna-se pré senil.

Danielle Ronald de Carvalho




quinta-feira, 23 de abril de 2015

Escapismo

Na travessia solitária,

andarilho o meio percurso,

por entre elipses de estrada,

de natureza vaga.

Queria eu poder andarilhar,

por entre as estradas de tijolos amarelos,

flertar uma carona com OZ,

e plainar nas esmeraldas.

Sentir a atmosfera doce e repousada,

em nuvens de algodão,

grão a grão

em doce ilusão.

Danielle Ronald de Carvalho





Bahia de Todos os Santos


(Poema escrito em Salvador em 2014, hoje dedicado in memoriam do meu avô Hélio Pólvora)



Mar aberto e vasto,

Imensidão azul,

Te contemplo nesta melancolia,

cotidiana.

Recebida de braços abertos,

Em um enlace tupiniquim,

Tua calmaria entre águas revoltas,

Encanta-me.

Por entre ondas agitadas,

Fico aqui a te admirar,

E observo,

As chegas e partidas dos constantes cargueiros.

Neste dia de ceú nublado,

Tudo é transitório.

Danielle Ronald de Carvalho